terça-feira, 11 de setembro de 2012

O Sabino no espelho

Meu pai disse uma vez, como quem não quer nada, que as pessoas estavam se preocupando mais em parecer felizes do que de fato ser. Desde que ouvi isso dele num encontro repentino, eu passei a refletir sobre, sempre ouvindo a frase em silêncio em muitos momentos, até que finalmente o tempo moldou o que viria a se tornar o verdadeiro significado daquela frase tão instigante. Aprendi que o risco de apenas "parecer" e não exatamente "ser", pode sempre ensinar falsas maneiras, falsos motivos e caminhos, para finalmente sentir-se  em paz consigo e com as pessoas. Sobretudo no que tange o "porquê" de viver, na chegada de um dia frente ao espelho de um estranho desconhecido do passado, alguém que surge como um fantasma. Eis uma criança, a que diz no olhar que um dia todos foram crianças, tão inocente quanto qualquer vivente, esperneando por um pouco mais de salário, com medo de que algum monstro venha encurralá-la no berço em plena madrugada, pedindo socorro em forma de abraço, pedindo alimento em forma de carícias. 

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