segunda-feira, 28 de outubro de 2013

A saudade não cabe aqui...

Quando caminho pela beira, e vejo a "estradinha" pra lua, tento olhar por um tempo, e não consigo. Tento novamente, me esforço, e logo desisto. É inútil. A saudade me toma por completo, não sei o que fazer, dizer, pensar, e volto a olhar para o chão, seguindo meu caminho para casa. Eu sei o quanto é estranho, mas é difícil até formular um título para esse post. A vontade é de enrolar o máximo, para não ter que pronunciar em pensamento o nome desse amigo tão querido que se foi. A imagem que surge quando vejo a "estradinha", é a de Romualdo cantando Rapaz do Interior, chorando, rindo, brincando, babando, me abraçando e confessando a vida... Tudo isso por causa dessa música, que fala da saudade de viver numa cidadezinha do interior, dessas que não tem shopping, muitos prédios e mil opções, mas tem barulho de grilo, menos barulho de carros, um céu que parece maior, e, especialmente em Guaíba, uma linda vista de frente para o lago, que faz o amanhecer ser ainda mais bonito, assim como o luar das noites de céu aberto, que faz a tal "estradinha" que Romualdo tanto gostava. Eu não sou um músico de sucesso, digamos, e acho que isso sempre me fez ter um carinho especial por cada pessoa que elogiasse meu trabalho. Quando lembro do jeito do Romualdo, aquela mistura de poeta, jornalista, romântico, intelectual e, sobretudo, muito sensível, eu sinto um vazio imenso, difícil de explicar... Eu nunca senti algo assim. É como se a vida toda tivesse que recomeçar, ou até o mundo, o universo e seja lá o que for que pode haver além... Romualdo foi importante de tantas maneiras que daria um livro ter de contar nossas conversas e noitadas. Foi um vento forte de boas lembranças, uma vida curta e bonita, um rapaz do interior, desses que olha pro céu, quando tem lua bonita... A saudade não cabe aqui. Muita coisa não cabe mais, em lugar nenhum. Nunca esquecerei do meu grande amigo, Romualdo Furtado.



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